Banco Mundial disponibiliza 40 milhões para acabar com problemas energéticos
O Governo de Cabo Verde e o Banco Mundial (BM) assinaram hoje um acordo de empréstimo de 53 milhões de dólares (40,2 milhões de euros) para o financiamento de projetos que porão fim aos constrangimentos energéticos no arquipélago.
O acordo foi assinado pela ministra das Finanças cabo-verdiana, Cristina Duarte, e pela diretora do Banco Mundial para Cabo Verde, Vera Songwe, e prevê que a conclusão dos projetos ocorra em fins de 2013 ou, o mais tardar, no princípio de 2014, com o Governo a financiá-los em cinco milhões de dólares (3,8 milhões de euros).
Segundo Cristina Duarte, o grosso do financiamento do projeto, orçado no total em 58 milhões de dólares (44,6 milhões de euros), vai para a realização de investimentos na rede elétrica em todo o país, no valor de 42,5 milhões de dólares (32,7 milhões de euros).
O montante prevê também a execução de um programa de redução de perdas de energia e água, cuja produção e distribuição está a cargo da Electra, a que serão alocados seis milhões de dólares (4,6 milhões de euros), havendo ainda 1,5 milhões de dólares (1,1 milhões de euros) para apoiar a reestruturação daquela empresa pública.
Os restantes oito milhões de dólares (6,1 milhões de euros) destinam-se à gestão dos diferentes projetos.
"Trata-se do fim de um longo processo negocial, iniciado em 2009. Acreditamos que, dentro de muito curto prazo, acabem os constrangimentos energéticos que têm afetado o crescimento da economia", afirmou Cristina Duarte, lembrando os três eixos definidos pelo Governo para o setor energético.
Segundo a ministra cabo-verdiana, foram definidas "milimetricamente" as políticas setoriais, as vertentes institucionais (reestruturação da Electra) e os investimentos em infraestruturas.
Por seu lado, a camaronesa Vera Songwe, que integra a delegação do BM para a região oeste-africana em Dacar, mostrou-se convicta de que, dentro de dois a três anos, Cabo Verde possa já mostrar os resultados "não ao país, mas sim ao mundo", servindo de exemplo na aplicação de verbas "eficiente e eficaz" no setor energético.
"Trata-se, afinal, que promover as reformas no setor, diminuir as perdas e melhorar as práticas", resumiu, ladeada, além de Cristina Duarte, pelo ministro do Turismo, Indústria e Energia cabo-verdiano.
Humberto Brito explicou que, com o novo empréstimo, Cabo Verde vai poder dar "o grande salto", tendo em vista a redução da dependência energética do país dos combustíveis fósseis, através de investimentos em novas centrais, na melhoria das redes de distribuição e na diminuição das perdas.
"Assim que tudo estiver concluído, haverá a garantia de sustentabilidade do sistema e acabar-se-ão os constrangimentos ao crescimento económico", sustentou, lembrando ainda que, depois, a Electra irá ser aberta a privados.
Segundo o ministro cabo-verdiano, através das novas tecnologias, irá também proceder-se a uma maior fiscalização da rede energética, para evitar as "perdas comerciais e técnicas", que decorrerá paralelamente a um aumento da capacidade de cobrança.
Fonte: RTPNotícias